Nas montanhas do Canadá havia um mestre lenhador. Certo dia, ele foi procurado por um rapaz de preparo físico notável, que lhe disse: “Quero aprender a cortar árvores, quero me tornar lenhador como o senhor”.
O mestre aceitou, de pronto: “Volte amanhã e vou lhe ensinar meu ofício”.
Lá pelo terceiro mês de aprendizado, para o espanto do mestre lenhador, o jovem lhe disse: “Aprendi o que tinha de aprender. Já sou um lenhador, um bom lenhador. Na verdade, acho que sou o melhor lenhador do Canadá”. Diante do olhar incrédulo do mestre, foi mais longe, lançando-lhe um desafio: “Vamos delimitar duas glebas de terra, com a mesma quantidade de árvores cada, e cortar. Quem primeiro derrubar a última árvore é o mais rápido e, portanto, o melhor”, propôs. E assim aconteceu.
No início, o jovem, com mais disposição e uma velocidade incrível, abriu vantagem sobre o mestre. De vez em quando, lançava um olhar para a gleba vizinha e observava intrigado que este fazia pequenas paradas para descansar. “Moleza. Vai ser fácil”, pensava consigo.
No entanto, o sol nem havia se posto por completo no horizonte e o mestre derrubava sua última árvore, enquanto o rapaz ainda tinha algumas pela frente. Surpreso, ele correu até o mestre: “Como o senhor cortou mais rápido do que eu!?! É impossível, não consigo entender. Não parei um só minuto e vi que o mestre parava toda hora para descansar!!!”.
Então, o lenhador mais velho olhou nos olhos do jovem e lhe transmitiu sua derradeira, e talvez mais importante lição: “Cada vez que eu parava para descansar, aproveitava para afiar os machados”.
(Autoria Desconhecida)