O primeiro cozinheiro da humanidade pode ter sido um ancestral que viveu há 1,8 milhão de anos, o hominídeo da espécie Homo erectus. Os indícios dessas habilidades gastronômicas são indiretos. Foram identificados por pesquisadores da Universidade Harvard por meio da comparação de características como tamanho dos dentes molares e massa corporal de 14 espécies, entre hominídeos, chimpanzés, gorilas e seres humanos modernos.
Por trás do estudo está a ideia de que a redução no tamanho dos molares dos seres humanos ao longo da evolução está associada ao cozimento, que amacia a comida e exige menos esforço biomecânico dos dentes. Um dos pontos comparados foi o tempo de alimentação do homem em relação ao de outros primatas. Trata-se do tempo que se leva para mastigar e engolir a comida, sem contar o que se gasta para consegui-la, diz um dos autores do estudo, Chris Organ, de Harvard.
Grandes animais têm maiores necessidades calóricas e passam mais tempo comendo. Um chimpanzé gasta 37% do tempo se alimentando. Os cálculos da equipe indicaram que um ser humano ficaria 48% do tempo comendo. Na verdade, dedicava apenas 4,7% do tempo com isso. "Os humanos são capazes de gastar menos tempo se alimentando porque usam o cozimento para extrair mais calorias da comida", escreveram os pesquisadores na última edição da revista científica americana "PNAS". "Comer carne traz um monte de calorias, mas comer carne cozida e processada traz ainda mais", diz Organ.
É aí que entra o tamanho dos dentes. Isso porque, até certo ponto da trajetória evolutiva humana, a relação entre tamanho do corpo e tamanho dos dentes seguia o padrão visto em chimpanzés e outros primatas. Ou seja, o tamanho dos molares dependia basicamente do tamanho do hominídeo e de sua alimentação.
Como o Homo erectus, essa relação se quebra. O hominídeo tem dentição muito menor do que a esperada para um primata de seu tamanho, mostra a comparação. Isso sugere que seus dentes já não eram tão exigidos quanto o de seus ancestrais, provavelmente porque já cozinhava os alimentos.
Um dos autores do estudo, Richard Wrangham, especialista em comportamento de chimpanzés, é conhecido por um best-seller em que defende a tese de que cozer os alimentos foi um passo fundamental na evolução humana. Trata-se do livro "Pegando Fogo" (Editora Zahar, 2010).
Nota HR: O interessante nessa matéria, e em outras que surgiram e surgirão, é que cada dia mais os cientistas darwinistas vão se aproximando da Bíblia, ao perceber que o homem sempre foi homem, ou seja, que o homem de anos atrás, seja lá como eles queiram intitular, sempre desenvolveu atividades comuns ao homem moderno - como cozinhar, por exemplo. É claro que estes não dão o braço a torcer, mas as evidências, caso não sejam ocultadas ou alteradas, só tendem a mostrar isso.