"O maior dos enganos do espírito humano, nos dias de Cristo, era que um mero assentimento à verdade constituísse justiça. Em toda experiência humana, o conhecimento teórico da verdade se tem demonstrado insuficiente para a salvação. Não produz os frutos de justiça. (...) Os fariseus pretendiam ser filhos de Abraão e se vangloriavam de possuir os oráculos de Deus; todavia, essas vantagens não os preservavam do egoísmo, da malignidade, da ganância e da mais baixa hipocrisia. (...)
O mesmo perigo existe ainda hoje. Muitos se têm na conta de cristãos simplesmente porque concordam com certos dogmas teológicos. No entanto, não introduziram a verdade na vida prática. Não creram nela nem a amaram; não receberam, portanto, o poder e a graça que advêm mediante a satisfação da verdade. As pessoas podem professar fé na verdade; mas, se ela não os tornar sinceros, bondosos, pacientes, dominados, tomando prazer nas coisas de cima, isso é uma maldição a seu possuidor e, por meio de sua influência, uma maldição ao mundo.
A justiça ensinada por Cristo é conformidade de coração e de vida com a revelada vontade de Deus. Os pecadores só se podem tornar justos à medida que têm fé em Deus e mantêm vital ligação com Ele. Dessa forma, a verdadeira piedade elevará seus pensamentos e enobrecerá a vida. Então, as formas externas da religião se harmonizarão com a interior pureza cristã. Nesse caso, as cerimônias exigidas no serviço de Deus não são ritos destituídos de sentido, como os dos fariseus hipócritas."
[HR] Obviamente isso não significa que todos os cristãos são hipócritas. Na verdade os cristãos sinceros não deixam de ser pecadores, mas passam a tentar vencer o pecado com todas as suas forças apoiadas na força que Cristo concede. O que o texto anterior quer nos dizer é que a tendência de muitos é de achar que por terem o conhecimento da "verdade" isso os torna "verdadeiros"; por terem o conhecimento da Justiça, isso os torna justos; por terem o conhecimento do que é o cristianismo, isso os torna cristãos. Não é assim que acontece. Isso era comum com certa classe de pessoas, nos dias de Cristo, e parece que é mais comum nos dias de hoje!
A única coisa que identifica uma pessoa não é o que ela profere ser, mas o que ela é de fato, ou seja, o que os seus atos dizem que ela é. Coerência é tudo o que Jesus ensinou. Busquemos incansavelmente conhecer a verdade e pratiquemos a verdade que conhecemos, dessa forma não traremos maldição, ou escândalo ao mundo, que já está farto de gente que diz ser o que nunca foi. Antes de tudo, conheça a verdade que é Cristo (João 14:6 e 8:32), e Ele transformará suas atitudes, de forma que a hipocrisia - um dos maiores males que enchem bancos de igrejas e lotam as ruas, praças, faculdades e a sociedade em geral - não se achará em sua vida.