Tanto no Velho como no Novo Testamento, a relação conjugal é usada para representar a terna e sagrada união que existe entre Cristo e o Seu povo. No espírito de Jesus, a alegria das bodas apontava para o regozijo daquele dia em que levará a Sua esposa para o lar do Pai, e os remidos juntamente com o Redentor se sentarão para a ceia das bodas do Cordeiro. Diz Ele: “Como o noivo se alegra da noiva, assim Se alegrará de ti o teu Deus.” “Nunca mais te chamarão desamparada, ... mas chamar-te-ão: O Meu prazer está nela; porque o Senhor Se agrada de ti.” “Ele Se deleitará em ti com alegria; calar-Se-á por Seu amor, regozijar-Se-á em ti com júbilo.” Isaías 62:5, 4; Sofonias 3:17. Quando João recebeu uma visão das coisas celestiais, escreveu: “E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia: pois já o Senhor Deus Todo-poderoso reina. Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-Lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a Sua esposa se aprontou.” “Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro.” Apocalipse 19:6, 7, 9 (O Desejado de Todas as Nações, p. 117).
A igreja é a noiva, a esposa do Cordeiro. Ela deve se manter pura, imaculada e santa. Jamais deve ceder à qualquer insensatez, pois é a noiva do Rei. Todavia, ela não compreende sua exaltada posição. Se compreendesse, seria totalmente gloriosa (Manuscript Releases, v.16, p. 345).
Deus identifica a igreja como Seu corpo. A igreja é a noiva, a esposa do Cordeiro. Deus é o Pai de família, o Pastor do rebanho. É a fé em um Salvador pessoal que leva a pessoa à união espiritual com Cristo. Essa é a verdade que Jesus claramente ensina no sexto capítulo do evangelho de João (Manuscript Releases, v.16, p. 277).
Nas Escrituras, o caráter sagrado e permanente da relação entre Cristo e a Sua Igreja é representado pela união matrimonial. O Senhor uniu a Si o Seu povo, por meio de um concerto solene, prometendo-lhe ser o seu Deus, enquanto o povo se comprometia a ser unicamente d’Ele. Disse o Senhor: “E desposar-te-Ei Comigo para sempre; desposar-te-Ei Comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias” (Oseias 2:19). E noutro lugar: “Eu vos desposarei” (Jeremias 3:14). E Paulo emprega a mesma figura no Novo Testamento, quando diz: “Porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (II Coríntios 11:2).
A infidelidade da Igreja para com Cristo, permitindo que a sua confiança e afeição se desviem dEle, e consentindo que o amor às coisas mundanas ocupe a alma, é comparada com a violação do voto conjugal. O pecado de Israel, afastando-se do Senhor, é apresentado sob esta figura. E o maravilhoso amor de Deus, que assim é desprezado, é descrito de uma forma comovente: “Jurei que havia de casar contigo e tu ficaste a pertencer-Me. Palavra do Senhor!... A tua beleza era impressionante; eras uma autêntica rainha. Tornaste-te famosa entre os povos pela tua enorme formosura, porque Eu te fiz mui atraente. Mas tu abusaste da tua beleza e fama e prostituíste-te com todos os que apareciam” (Ezequiel 16:8, 13-15). “Como uma esposa infiel, assim tu Me atraiçoaste, ó povo de Israel. Sou Eu, o Senhor, que to digo” (Jeremias 3:20). “És como uma mulher que comete adultério com estranhos em vez de amar o marido” (Ezequiel 16:8,13-15,32; Jerimias 3:20).
(Ellen White - O Grande Conflito, p. 381, 382)