A mais difícil e humilhante lição que o homem precisa aprender é sua própria ineficiência em depender da sabedoria humana, e o fracasso garantido de seus próprios esforços para entender corretamente a natureza. O pecado obscureceu sua visão e por si mesmo ele não pode interpretar a natureza sem colocá-la acima de Deus. Nela, ele não pode discernir Deus nem Jesus Cristo a quem Ele enviou. O ser humano está na mesma posição que estavam os atenienses, que ergueram altares para cultuar a natureza. Diante do Monte de Marte, Paulo apresentou ao povo de Atenas a majestade do Deus vivo em contraste com seus cultos idólatras [Atos 17:22-29 citado].
Aqueles que têm verdadeiro conhecimento de Deus não ficarão tão encantados com as leis da matéria ou as operações da natureza, a ponto de ignorar ou se recusar a conhecer a contínua atuação de Deus na natureza. Ela não é nem jamais foi Deus. A voz da natureza testifica de Deus, mas ela não é Deus. Com Sua obra criada, ela simplesmente testemunha do poder de Deus. A Divindade é a autora da natureza. Em si mesmo, o mundo natural não tem poder além do que lhe é suprido por Deus.
Os antigos filósofos se orgulhavam de seu conhecimento superior. Observemos a inspirada compreensão que o apóstolo tinha sobre esse assunto: “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis... Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador...” Em sua sabedoria humana, o mundo não pode conhecer Deus. Os sábios do mundo reúnem um imperfeito conhecimento de Deus e de Suas obras criadas. Então, em sua insensatez exaltam a natureza e as leis da natureza acima da natureza de Deus. Aqueles que não têm conhecimento de Deus, por meio da aceitação da revelação que Ele fez de Si mesmo em Cristo, obtêm apenas imperfeito conhecimento dEle na natureza. Esse conhecimento, longe de conduzir todo o ser em conformidade com Sua vontade, fará com que os homens se tornem idólatras. Professando-se sábios, eles se tornam insensatos.
Aqueles que pensam poder obter conhecimento de Deus à parte de Seu Representante, a quem a Palavra declara ser “a expressa imagem de Sua Pessoa”, necessitam se tornar néscios na avaliação de si mesmos, antes que possam ser sábios. Somente pela natureza é impossível obter perfeito conhecimento de Deus, pois ela é imperfeita e, nessa imperfeição, não pode revelar seu caráter em sua perfeição moral. Porém, Cristo veio ao mundo como Salvador pessoal, representando um Deus pessoal. Como Salvador pessoal, Ele ascendeu ao Céu, de onde virá da maneira pela qual ascendeu – como Salvador pessoal. Ele é a expressa imagem da Pessoa do Pai. “Nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade”.
(Ellen G. White - Review and Herald, 8 de novembro de 1898)