Seguros nunca, exceto quando confiamos em Deus



Não adulterarás (Êxodo 20:15). Esse mandamento proíbe não somente atos de impureza, mas pensamentos e desejos sensuais, ou qualquer prática com a tendência de os excitar. 
A pureza é exigida não somente na vida exterior, mas nos intuitos e emoções secretos do coração. Cristo, que ensinou os deveres impostos pela lei de Deus, em seu grande alcance, declarou ser o mau pensamento ou olhar tão verdadeiramente pecado como o é o ato ilícito...

Por todo o tempo quanto durar a vida, haverá necessidade de guardar as afeições e paixões com um firme propósito. Em nenhum momento podemos nos sentir seguros, exceto quando podemos confiar em Deus, tendo a vida escondida com Cristo.
Quanto mais perto de Jesus andarmos, tanto mais nos tornaremos participantes do Seu caráter puro e santo; e quanto mais ofensivo se nos parecer o pecado, tanto mais exaltados e desejáveis parecerão a pureza e o brilho de Cristo (Filhos e filhas de Deus, p. 62).

Os judeus orgulhavam-se de sua moralidade, e olhavam com horror às práticas sensuais dos pagãos. A presença dos oficiais romanos que o governo imperial trouxera à Palestina, era um contínuo escândalo para o povo; com esses estrangeiros, viera uma inundação de costumes pagãos, concupiscência e desregramento. Em Cafarnaum, os oficiais romanos, com suas alegres amantes, frequentavam os logradouros públicos e os passeios, e muitas vezes os sons da orgia quebravam o silêncio do lago, ao singrarem as águas tranquilas seus barcos de prazer. O povo esperava ouvir de Jesus uma severa acusação a essa classe; mas qual não foi seu espanto ao escutarem palavras que punham a descoberto o mal de seus próprios corações!

Quando o pensamento do mal é amado e nutrido, embora secretamente, disse Jesus, isso mostra que o pecado ainda reina no coração. A alma ainda se acha em fel de amargura e em laço de iniquidade. Aquele que encontra prazer em demorar-se em cenas de impureza, que condescende com o mau pensamento, com o olhar concupiscente, pode ver no pecado aberto, com seu fardo de vergonha e esmagador desgosto — a verdadeira natureza do mal por ele escondido nas câmaras da alma. O período de tentação sob a qual, talvez, uma pessoa caia em um pecado ofensivo, não cria o mal revelado, mas apenas desenvolve ou torna manifesto aquilo que estava oculto e latente no coração. Um homem “é tal quais são os seus pensamentos”; porque de seu coração “procedem as saídas da vida” (Provérbios 23:7; 4:23).

(Ellen G. White - O Maior Discurso de Cristo, p. 59, 60)