O novo papa da Igreja Católica é o argentino Jorge Mario Bergoglio, jesuíta de 76 anos. Ele adotou o nome Francisco. O arcebispo do Rio, d. Orani, disse acreditar que a escolha do nome pode ser uma homenagem a São Francisco de Assis, pela simplicidade, e também a São Francisco Xavier, que foi jesuíta como o novo papa. Cardeal desde 2001 e arcebispo de Buenos Aires desde 1998, o nome dele não figurava entre os favoritos para suceder Bento XVI. Esta é a primeira vez, em 1300 anos, que o papa não é da Europa. Segundo John Allen Jr., um dos mais experientes vaticanistas da atualidade, Bergoglio é um ortodoxo inflexível em matéria de moral sexual e convicto opositor do aborto, da união homossexual e da contracepção. Em 2010 ele afirmou que a adoção de crianças por gays é uma forma de discriminação contra as crianças, o que lhe valeu uma reprimenda pública por parte da presidente argentina Cristina Kirchner. Ao mesmo tempo, ele demonstra sempre profunda compaixão pelas vítimas da aids; em 2001, por exemplo, visitou um sanatório para lavar e beijar os pés de 12 pacientes soropositivos.
O anúncio da escolha do 266º pontífice da Igreja Católica foi feito pelo cardeal protodiácono (primeiro dos diáconos), o francês Jean-Louis Tauran. Antes do conclave, a imprensa argentina tinha pouca confiança nas chances de Bertoglio, que esteve perto de ser escolhido papa em 2005. Segundo o jornal Clarín, a idade avançada e alguns problemas recentes de saúde pesavam contra o cardeal nesta eleição. Sua entrada na Capela Sistina, porém, provocou aplausos entusiasmados dos presentes e deu um indício de sua força. O novo pontífice foi o segundo mais votado no conclave de 2005, no qual foi eleito o alemão Joseph Ratzinger, Bento XVI.
A eleição
A fumaça branca que saiu da chaminé instalada na Capela Sistina para anuncia ao mundo que os cardiais tinham eleito o sucessor de Bento XVI, foi recebido com uma explosão de júbilo pela multidão que esperava sob chuva na Praça de São Pedro. Os 115 cardeais reunidos em conclave na Capela Sistina elegeram o novo pontífice na quinta votação.
Os 115 cardeais demoraram pouco mais de 25 horas para escolher o sucessor de Bento XVI. A rapidez na eleição manteve a tônica das últimas décadas, nas quais nenhuma superou as 11 votações.
Pio XII foi eleito com três votações e em menos de 24 horas; João Paulo I com quatro; Bento XVI com quatro; Paulo VI com cinco; João Paulo II com oito; e João XXIII, com 11.
A eleição
A fumaça branca que saiu da chaminé instalada na Capela Sistina para anuncia ao mundo que os cardiais tinham eleito o sucessor de Bento XVI, foi recebido com uma explosão de júbilo pela multidão que esperava sob chuva na Praça de São Pedro. Os 115 cardeais reunidos em conclave na Capela Sistina elegeram o novo pontífice na quinta votação.
Os 115 cardeais demoraram pouco mais de 25 horas para escolher o sucessor de Bento XVI. A rapidez na eleição manteve a tônica das últimas décadas, nas quais nenhuma superou as 11 votações.
Pio XII foi eleito com três votações e em menos de 24 horas; João Paulo I com quatro; Bento XVI com quatro; Paulo VI com cinco; João Paulo II com oito; e João XXIII, com 11.
(Estadão)
[Abaixo, seguem comentários do jornalista Michelson Borges, do blog Criacionismo.com]
Nota: Realmente surpreende a eleição de um papa sul-americano (o primeiro da história). Francisco I (cujo desafio será grande) pareceu simpático e humilde em sua primeira declaração pública, pouco depois de eleito, mas há um detalhe que não pode ser passado por alto: ele também é o primeiro papa pertencente à ordem dos jesuítas. Essa ordem religiosa foi fundada em 1534, por Inácio de Loyola, logo após a Reforma Protestante. O objetivo da ordem era barrar o avanço do protestantismo, no contexto da Contrarreforma Católica (é bom lembrar que, além da pedofilia e dos desmandos financeiros, o avanço evangélico - especialmente na América do Sul - é uma das preocupações da cúpula católica).
Segundo resenha do livro A História Secreta dos Jesuítas, publicada no blog Minuto Profético, do pastor e mestre em Teologia Sérgio Santeli, Edmond Paris [o autor do livro] “demonstra, com uma riqueza bibliográfica digna de grandes obras, o papel histórico desempenhado pelos jesuítas em destruir o regime político republicano (liberdade civil) e o protestantismo (liberdade religiosa) onde quer que existissem, tendo como único e exclusivo objetivo final devolver ao Vaticano a supremacia política mundial (poder temporal)”. De acordo com Paris, o apoio jesuíta ao regime de Hitler, por exemplo, tinha um propósito declarado: enfraquecer as nações cujo regime político republicano e religião protestante eram um empecilho aos objetivos de supremacia da Sé Papal.
O Dr. Alberto Rivera (ex-jesuíta) escreveu na Introdução do livro: “No momento em que Inácio de Loyola apareceu em cena, a Reforma Protestante tinha danificado seriamente o sistema católico romano. Ele chegou à conclusão de que a única possibilidade de sobrevivência para a sua ‘igreja’ seria através do reforço dos cânones e doutrinas a respeito do poder temporal e da instituição católica romana. Isso aconteceria não pelo simples aniquilamento das pessoas, conforme os frades dominicanos se incumbiam de fazer através da Inquisição, mas pela infiltração e penetração em todos os setores da sociedade. ‘O protestantismo deve ser conquistado e usado para o benefício dos papas’, era a proposta pessoal de Inácio de Loyola ao papa Paulo III. Os jesuítas começaram a trabalhar imediatamente, infiltrando-se em todos os grupos protestantes, incluindo-se aí suas famílias, locais de trabalho, hospitais, escolas, colégios e demais instituições. Atualmente, têm sua missão praticamente concluída.”
Um século antes de Edmond Paris publicar seu livro, Ellen White escreveu: “Em toda a cristandade o protestantismo estava ameaçado por temíveis adversários. Passados os primeiros triunfos da Reforma, Roma convocou novas forças, esperando ultimar sua destruição. Nesse tempo fora criada a ordem dos jesuítas – o mais cruel, sem escrúpulos e poderoso de todos os defensores do papado. Separados de laços terrestres e interesses humanos, insensíveis às exigências das afeições naturais, tendo inteiramente silenciadas a razão e a consciência, não conheciam regras nem restrições, além das da própria ordem, e nenhum dever, a não ser o de estender o seu poderio.
“O evangelho de Cristo havia habilitado seus adeptos a enfrentar o perigo e suportar sem desfalecer o sofrimento, pelo frio, fome, labutas e pobreza, a fim de desfraldar a bandeira da verdade, em face do instrumento de tortura, do calabouço e da fogueira. Para combater essas forças, o jesuitismo inspirou seus seguidores com um fanatismo que os habilitava a suportar semelhantes perigos, e opor ao poder da verdade todas as armas do engano. Não havia para eles crime grande demais para cometer, nenhum engano demasiado vil para praticar, disfarce algum por demais difícil para assumir. Votados à pobreza e humildade perpétuas, era seu estudado objetivo conseguir riqueza e poder para se dedicarem à subversão do protestantismo e restabelecimento da supremacia papal.
“Quando apareciam como membros de sua ordem, ostentavam santidade, visitando prisões e hospitais, cuidando dos doentes e pobres, professando haver renunciado ao mundo, e levando o nome sagrado de Jesus, que andou fazendo o bem. Mas sob esse irrepreensível exterior, ocultavam-se frequentemente os mais criminosos e mortais propósitos. Era princípio fundamental da ordem que os fins justificam os meios. Por este código, a mentira, o roubo, o perjúrio, o assassínio, não somente eram perdoáveis, mas recomendáveis, quando serviam aos interesses da igreja. Sob vários disfarces, os jesuítas abriam caminho aos cargos do governo, subindo até conselheiros dos reis e moldando a política das nações. [...] Os jesuítas rapidamente se espalharam pela Europa e, aonde quer que iam, eram seguidos de uma revivificação do papado” (O Grande Conflito, p. 234, 235 - grifos meus).
Tudo o que a Igreja Católica mais precisa agora é de uma “revivificação do papado”. Será esse o papel desse jesuíta aparentemente carismático e bondoso? Teriam os jesuítas abandonado os propósitos para os quais foram criados? Conseguirá Francisco I conquistar a simpatia mundial para levar a cabo os objetivos do poder que agora representa? O tempo dirá.
(Michelson Borges)
(Michelson Borges)