O Senhor confiou talentos aos homens, para que estejam melhor preparados para O honrar e glorificar. A alguns confiou meios; a outros, qualificações especiais para o serviço; a outros, tato e influência. Alguns têm cinco talentos, outros dois, e outros um. Do mais superior ao mais humilde, a cada um foi confiado algum dom. Estes talentos não são nossos. Eles pertencem a Deus. Ele deu-os a nós para nosso uso consciente, e um dia irá pedir contas deles.
A grande lição que devemos aprender diariamente é que somos mordomos dos dons de Deus – mordomos do dinheiro, da razão, do intelecto, da influência. Como mordomos dos dons do Senhor, devemos tirar proveito destes talentos, por mais pequenos que possam ser. Muitos negligenciam este trabalho porque acham que o seu talento é demasiado pequeno para honrar Deus. Mas não deve considerar assim os talentos que Deus lhe deu. Porque não parece ser tão favorecido como os outros, não deve subestimar os dons que lhe foram confiados, escondendo-os na terra. Não podemos fazer um cálculo preciso das nossas faculdades. Por muito pequeno que o seu talento possa parecer, use-o para o serviço de Deus, pois Ele tem necessidade dele. Se for sabiamente usado, pode levar a Deus uma pessoa que também dedicará as suas faculdades ao serviço do Mestre. Essa pessoa pode conquistar outra alma e, assim, outro talento, que, sendo fielmente usado, pode conquistar muitos talentos. …
Deus quer que compreendamos que Ele tem direito sobre a mente, a alma, o corpo e o espírito – a tudo o que possuímos. Somos Seus pela Criação e pela redenção. Como nosso Criador, Ele reclama o nosso serviço total. Como nosso Redentor, Ele tem uma reivindicação tanto de amor como de direito – uma reivindicação de amor sem paralelo. Deveríamos compreender esta reivindicação em cada momento da nossa existência.
Perante crentes e descrentes temos de reconhecer constantemente a nossa dependência de Deus. O nosso corpo, a nossa alma e a nossa vida são d’Ele, não só porque são dons que nos dá, mas também porque nos concede constantemente os Seus benefícios e dá-nos força para usar as nossas capacidades. Ao Lhe retribuirmos o que é d’Ele, trabalhando voluntariamente para Ele, mostramos que reconhecemos a nossa dependência d’Ele.
(Ellen G. White, Review and Herald, 24 de novembro de 1896)