Restauração do Domínio Humano




[Adão e Eva] lembravam-se continuamente também do seu domínio perdido. Entre os seres inferiores, Adão permanecera como rei, e enquanto se manteve fiel a Deus, toda a Natureza reconheceu o seu governo; mas, quando transgrediu, foi despojado deste domínio. O espírito de rebelião a que ele próprio havia dado entrada, estendeu-se por toda a Criação animal. Assim, não só a vida do homem, mas também a natureza dos animais, as árvores da floresta, a relva do campo, o próprio ar que ele respirava, tudo apresentava a triste lição da ciência do mal.

Porém, o homem não ficou abandonado aos resultados do mal que havia escolhido. Na sentença pronunciada sobre Satanás era já sugerida uma redenção: “Porei inimizade entre ti e a mulher”, disse Deus, “e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Gén. 3:15. Esta sentença proferida aos ouvidos dos nossos primeiros pais era para eles uma promessa. Antes de ouvirem sobre os espinhos e os cardos, de trabalhos e tristezas que deveriam ser o seu quinhão, ou do pó a que deveriam voltar, ouviram palavras que não poderiam deixar de lhes dar esperança. Tudo o que se tinha perdido, rendendo-se a Satanás, poderia ser recuperado através de Cristo.

(Ellen G. White, Educação, p. 26 e 27, CPB)

Satanás, em virtude do êxito que teve em desviar o homem do caminho da obediência, tornou-se “o deus deste século”. II Co. 4:4. O domínio que tinha pertencido a Adão passou para o usurpador. Mas o Filho de Deus propôs-Se vir à Terra para pagar o castigo do pecado, e assim não apenas redimir o homem, mas recuperar o domínio usurpado. Foi esta restauração que Miqueias profetizou quando disse: “E tu, Jerusalém, és torre de vigia, onde Deus, como pastor, vela pelo Seu povo; serás de novo a capital do reino, a grande senhora que foste outrora” (Miq. 4:8). 

(Ellen G. White, Exaltai-O [Meditações Matinais, 1992], p. 27, CPB)

Depois da sua expulsão do Éden, a vida de Adão na Terra foi cheia de tristeza. Cada folha a murchar, cada vítima do sacrifício, cada imperfeição na bela face da Natureza, cada mancha na pureza do homem, era uma nova lembrança do seu pecado. … Com paciente humildade, suportou durante quase mil anos o castigo da transgressão.  Arrependeu-se, sinceramente, do seu pecado, confiando nos méritos do Salvador prometido, e morreu na esperança de uma ressurreição. O Filho de Deus redimiu a falta e a queda do homem. E agora, pela obra da expiação, Adão é reintegrado no seu primeiro domínio. 

(Ellen G. White, Maranata, o Senhor Vem [Meditações Matinais, 1977], p. 313, CPB)

Adão é reintegrado no seu primeiro domínio. Cheio de alegria, contempla as árvores que ele já tinha tido o prazer de ver – as mesmas cujo fruto ele próprio colhera nos seus tempos de inocência e alegria. Vê as videiras que a sua própria mão tinha tratado, as mesmas flores que com tanto prazer tinha cuidado. O seu espírito apreende a realidade daquela cena. Compreende que isso é na verdade o Éden restaurado.

Restabelecidos à árvore da vida, no Éden há tanto tempo perdido, os remidos crescerão até à estatura completa da raça na sua glória primitiva. Os últimos traços da maldição do pecado serão removidos, e os fiéis de Cristo aparecerão “na beleza do Senhor nosso Deus”, refletindo no espírito, alma e corpo, a imagem perfeita do seu Senhor. Oh! Maravilhosa redenção! Há tanto tempo objeto das cogitações, há tanto tempo esperada, contemplada com ávida expectativa, mas nunca entendida completamente!

(Ellen G. White, Maranata, o Senhor Vem [Meditações Matinais, 1977], p. 352, CPB)