Logo que houve pecado, houve um Salvador. Cristo sabia o que teria que sofrer, mas, mesmo assim, tornou-Se substituto do homem. Logo que Adão pecou, o Filho de Deus apresentou-Se como penhor da humanidade.
Pensem quanto terá custado a Cristo deixar as cortes celestiais e assumir a Sua posição como cabeça da humanidade. Porque fez isto? Porque era o único capaz de redimir a humanidade caída. Não havia no mundo um ser humano que estivesse sem pecado. O Filho de Deus desceu do Seu trono celestial, depôs as Suas vestes reais e a Sua coroa, e revestiu a humanidade da Sua divindade. Veio para morrer por nós, para jazer no túmulo como têm de fazer os seres humanos, e para ressuscitar para nossa justificação. Veio para Se familiarizar com todas as tentações pelas quais o homem é cercado. Surgiu do sepulcro e proclamou sobre a sepultura aberta de José: “Eu sou a ressurreição e a vida” (João 11:25). Alguém, igual a Deus, passou através dos portais da morte em nosso favor. Provou a morte por todo o homem, para que por Ele todos pudessem ser participantes da vida eterna.
(Ellen G. White, Nos Lugares Celestiais [Meditações Matinais, 1968], p. 13)
“A vós graça” (II Co. 1:2). Devemos tudo à livre graça de Deus. A graça, no concerto, ordenou a nossa adoção. A graça do Salvador efetuou a nossa redenção, a nossa regeneração, e elevou-nos à qualidade de herdeiros com Cristo. Não porque O amássemos primeiro, mas porque foi Deus que nos amou; pois “Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rom. 5:8). Cristo morreu por nós, providenciando ampla e abundantemente para a nossa redenção. Embora, por causa da nossa desobediência, tenhamos merecido o desagrado e a condenação de Deus, Ele não nos abandonou, deixando-nos a lutar sozinhos contra o poder do inimigo. Anjos celestiais travam as nossas batalhas em nosso lugar, e, cooperando com eles, podemos ser vitoriosos sobre os poderes do Mal.
Nunca teríamos aprendido o sentido da palavra “graça”, se não tivéssemos caído. Deus ama os anjos, sem pecado, que fazem o Seu serviço e são obedientes a todas as Suas ordens, mas não lhes concede graça. Esses seres celestiais não sabem nada acerca da graça; nunca tiveram necessidade dela, pois nunca pecaram. A graça é um atributo de Deus, manifestado a seres humanos que nada merecem. Nós mesmos não a procuramos, ela foi enviada à nossa procura. Agrada a Deus conceder essa graça a todos os que têm fome dela, não porque sejamos dignos, mas justamente por sermos tão radicalmente indignos. A nossa necessidade é a qualificação que nos dá a certeza de que receberemos esse dom.
(Ellen G. White, Review and Herald, 15 de outubro de 1908)
Meçam, se puderem, a corda enviada do Céu para erguer o homem. A única avaliação que podemos dar da extensão dessa corrente é indicar-vos o Calvário.
O homem caído não poderia ter um lar no paraíso de Deus sem o Cordeiro morto desde a fundação do mundo. Não exaltaremos então a cruz de Cristo?
(Ellen G. White, Nossa Alta Vocação [Meditações Matinais, 1962], p. 43)
Quem pode imaginar o sofrimento de Cristo no Jardim do Getsêmani, ao sentir na sua plena extensão o peso do pecado do mundo? Ele sentiu tão profundamente a pecaminosidade do pecado que por um momento a taça tremeu nas Suas mãos, e todo o Céu ouviu o agonizante clamor: “Pai, se possível, passa de Mim este cálice!” (Mat. 26:39). “Contudo, não se faça a Minha vontade, e sim a Tua" (Luc. 22:42). O Deus omnipotente sofreu com o Filho.
Coloquem-se diante da cruz do Calvário e aprendam com ela o custo da redenção. Com coração quebrantado, o santo Sofredor sobre a cruz do Calvário levanta os olhos para Deus e clama: "Deus Meu, Deus Meu, porque Me desamparaste?" (Mat. 27:46). Os anjos do Céu simpatizaram com o seu amado Comandante. Alegremente deixariam as suas fileiras e iriam ajudá-l’O. Este, porém, não era o plano de Deus. O nosso Salvador pisou sozinho o lagar, e do povo não havia ninguém com Ele.
O plano da redenção foi estabelecido para pôr a salvação ao alcance dos pecadores. Cristo levou a efeito o Seu propósito. A Sua morte trouxe vida eterna a todos aqueles que O aceitarem como Salvador pessoal. Mas muitos, muitos daqueles por quem Ele morreu para salvar, recusam-se a retribuir a sua lealdade. O mundo está rapidamente a tornar-se como era antes do Dilúvio.
(Ellen G. White, Olhando Para o Alto [Meditações Matinais, 1983], p. 217)