Cristo resgatou o reino perdido pelo pecado e os redimidos possuí-lo-ão com Ele. “Os justos herdarão a Terra e habitarão nela para sempre.” Sal. 37:29. Um receio de fazer com que a herança futura pareça demasiado material tem levado muitos a espiritualizar as mesmas verdades que nos levam a considerá-la o nosso lar. Cristo garantiu aos Seus discípulos que ia preparar moradas para eles na casa do Seu Pai. Os que aceitam os ensinos da Palavra de Deus não serão totalmente ignorantes em relação à morada celestial. E, contudo, declara o apóstolo Paulo: “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam.” I Co. 2:9. A linguagem humana não é adequada para descrever a recompensa dos justos. Será conhecida apenas por aqueles que a contemplarem. Nenhum espírito finito pode compreender a glória do Paraíso de Deus.
Na Bíblia, a herança dos salvos é chamada um país. (Heb. 11:14-16.) Ali o Pastor celestial conduz o Seu rebanho às fontes de águas vivas. A árvore da vida produz o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a saúde das nações. Existem correntes sempre a fluir, claras como cristal, e, ao lado delas, árvores ondeantes projetam a sua sombra sobre as veredas preparadas para os resgatados do Senhor. Ali as extensas planícies expandem-se por colinas de beleza, e as montanhas de Deus erguem os seus altivos píncaros. Nessas pacíficas planícies, ao lado daquelas correntes vivas, o povo de Deus, durante tanto tempo peregrino e errante, encontrará um lar.
(Ellen White, História da Redenção, p. 430 e 431)
O jardim do Éden permaneceu sobre a Terra muito tempo depois de o homem ter sido expulso das suas encantadoras veredas. A raça caída pôde, durante muito tempo, olhar com assombro para o lar da inocência, estando a sua entrada vedada apenas pelos anjos vigilantes. À porta do Paraíso, guardada pelos querubins, revelava-se a glória divina. Para ali se dirigiam Adão e os seus filhos, a fim de adorarem Deus. Ali renovaram os seus votos de obediência àquela lei, cuja transgressão os tinha banido do Éden. Quando a maré da iniquidade se propagou pelo mundo, e a impiedade dos homens determinou a sua destruição por meio de um dilúvio de água, a mão que tinha plantado o Éden retirou-o da Terra. Mas, na restauração final de todas as coisas, quando houver “um novo céu e uma nova Terra”, ele será restabelecido, e mais gloriosamente adornado do que no princípio.
Então, os que guardaram os mandamentos de Deus respirarão com um vigor imortal, debaixo da árvore da vida (Apoc. 2:7; 21:1; 22:14); e, através de séculos infindáveis, os habitantes dos mundos que não pecaram contemplarão no jardim de delícias um modelo da perfeita obra da Criação de Deus, não afetado pela maldição do pecado – um modelo do que teria sido toda a Terra, se apenas o homem tivesse cumprido o plano glorioso do Criador.
O grande plano da redenção tem como resultado trazer de novo o mundo ao favor de Deus, de maneira completa. Tudo o que se tinha perdido em consequência do pecado é restaurado. Não somente o homem é redimido, mas também a Terra, para ser a eterna habitação dos obedientes. Durante seis mil anos, Satanás tem lutado para manter o domínio da Terra. Agora cumprir-se-á o propósito original de Deus quando a criou. “Os santos do Altíssimo receberão o reino, e possuirão o reino para todo o sempre, e de eternidade em eternidade.” Dan. 7:18.
(Ellen White, O Lar Adventista, p. 539 e 540)