Cristo veio a este mundo e apresentou-Se perante os homens com o amor acumulado da eternidade. Todo o oceano de amor divino fluía do seu grande centro. O Pai, o Filho e o Espírito Santo estavam a trabalhar em favor do homem. Cada poder no Universo celestial foi posto em ação para levar avante o plano da redenção. A cruz do Calvário foi levantada, e, enquanto éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. O Justo sofreu pelo injusto, para que Se tornasse no justificador de todos aqueles que creem n’Ele. Assumiu a natureza humana, para que fosse participante connosco em todas as nossas tentações. Ele revestiu a Sua divindade com humanidade, para que, ao suportar a agonia da cruz, pudesse fazer da Sua alma uma oferta de pecado.
Cristo morreu para salvar o mundo egoísta das consequências certas do egoísmo. Ele abriu o Seu coração em amor, piedade e simpatia por todo o mundo. Ele convida os seres caídos a irem a Ele e receberem perdão completo e gratuito. O Seu caráter apresenta-se perante o Universo celestial livre de qualquer mancha de egoísmo. Ele fez um sacrifício completo para trazer aos homens e mulheres a benevolência que habita no Seu próprio coração. Enviou o Seu Santo Espírito para impressionar a mente e o coração, para levar os homens a amarem o seu próximo como Cristo os amou.
A benevolência infinita derrama todos os seus tesouros para salvar os homens do pecado, para que o homem possa tornar-se num com Deus. Deus convoca os agentes humanos para cooperarem com Ele na prossecução do Seu grande objetivo. O Senhor deu ao Seu povo o privilégio de levar avante na Terra a obra que Ele realizou enquanto cá esteve. Ele pede-nos que cooperemos com Ele na restauração e salvação do nosso próximo. Cristo deseja, pela plenitude do Seu poder, fortalecer assim a Sua Igreja para que todo o mundo seja envolvido numa atmosfera de graça. (Ellen G. White, Review and Herald, 7 de janeiro de 1902)
Cristo não nos amou porque nós O amamos primeiro, mas, “sendo nós ainda pecadores”, Ele morreu por nós (Rom. 5:8). Ele não nos trata segundo o nosso deserto. Embora os nossos pecados mereçam a condenação, Ele não nos condena. Ano após ano, Ele tem suportado a nossa fraqueza e ignorância, a nossa ingratidão e desobediência; apesar do nosso afastamento, da nossa dureza de coração e da negligência da Sua santa Palavra, a Sua mão continua estendida.
A que preço infinito para o Pai e para o Filho foi feita a misericordiosa e maravilhosa provisão pela nossa redenção! Cristo desceu do Seu alto posto como Comandante das cortes celestiais, deixou de lado o Seu manto real e a majestosa coroa, revestiu a Sua divindade com humanidade, e veio a esta Terra, para que pudesse habitar connosco e dar a homens e mulheres a graça para vencer como Ele venceu. A desobediência de Adão ao crer na falsidade de Satanás custou a vida do Filho de Deus; mas, apesar do grande e imensurável preço, o amor e a bondade de Deus brilham ainda mais forte do que na primeira Criação. “Onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rom. 5:20). O Senhor Deus, através de Jesus Cristo, estende a Sua mão durante todo o dia como convite para os pecadores e os caídos. Ele receberá todos. Ele dá as boas-vindas a todos. É Sua glória perdoar o principal dos pecadores. Arrebatará a presa ao valente, libertará o cativo, tirará o tição do fogo. Descerá a áurea cadeia da Sua misericórdia até às maiores profundezas da desgraça e culpa humanas, e erguerá o espírito degradante, contaminado pelo pecado.
Cada ser humano é alvo de terno interesse por parte d’Aquele que deu a Sua vida para que pudesse levar o homem de volta a Deus. As almas culpadas e desamparadas, propensas a serem destruídas pelas artes e pelos enredos de Satanás, são cuidadas como o pastor que cuida das ovelhas do seu rebanho. (Ellen G. White, Signs of the Times, 12 de agosto de 1908)