Que filho há que o pai não corrija?


Todos os que neste mundo prestam verdadeiro serviço a Deus e ao homem recebem um preparo prévio na escola das aflições. Quanto mais pesado for o encargo e mais elevado o serviço, maior será a prova e mais severa a disciplina. (Ellen G. White, Educação, p. 151, CPB)

Tendo perdido de vista o verdadeiro caráter de Jeová, os israelitas ficaram sem desculpa. Com frequência, Deus tinha-Se-lhes revelado como “um Deus cheio de compaixão, e piedoso, sofredor, e grande em benignidade e em verdade”. Sal. 86:15. “Quando Israel era menino”, disse Ele, “Eu o amei, e do Egito chamei o Meu filho”. Ose. 11:1.

O Senhor tinha tratado com Israel carinhosamente quando o libertou do cativeiro egípcio e na sua jornada para a Terra Prometida. “Em toda a angústia deles foi Ele angustiado, e o anjo da Sua face os salvou; pelo Seu amor, e pela Sua compaixão Ele os remiu; e os tomou, e os conduziu todos os dias da antiguidade.” Isa. 63:9. (Ellen G. White, Review and Herald, 18 de março de 1915)

Deus não promete ao Seu povo que não terá provações, mas promete algo muito melhor. Ele diz: “A tua força será como os teus dias” (Deut. 33:25). “A Minha graça te basta, porque o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (II Cor. 12:9). Quando a tribulação sobrevem sobre nós, o Senhor não quer que pensemos que nos abandonou; aos Seus olhos temos valor. Ele atribuiu-nos um valor igual aos sofrimentos do Seu querido Filho. Ele diz: “com grandes misericórdias te recolherei; em grande ira, escondi a Minha face de ti, por um momento; mas com benignidade eterna Me compadecerei de ti” (Isa. 54:7 e 8). ...

Quando nos surge a tribulação, quantos de nós deixam de se regozijar! Muitos são como Pedro e olham para as ondas agitadas à sua frente, em vez de manterem os olhos fixos em Jesus. Quando desviamos o olhar das nossas dificuldades, e nos fixamos em Jesus, o nosso auxiliador, vemos os encantos sem par que Ele tem, e sabemos que “todas as coisas contribuem juntamente, para o bem daqueles que amam a Deus” (Rom. 8:28). Não esquecemos a exortação que nos é dada: “Não desprezes a correção do Senhor, e não desmaies quando, por Ele, fores repreendido; porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? … Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam, como bem lhes parecia; mas Este, para nosso proveito, para sermos participantes da Sua santidade” (Heb. 5:7 e 8, 10). (Ellen G. White, The Bible Echo, 1 de março de 1893)

As provas e obstáculos são os métodos de disciplina escolhidos pelo Senhor e as condições de bom êxito que nos apresenta. Ele, que lê o coração dos homens, conhece melhor do que eles mesmos o seu caráter. Vê que alguns têm faculdades e possibilidades que, bem dirigidas, podiam ser empregadas no avanço da Sua obra. Na Sua providência, Deus colocou estas pessoas em diferentes situações e variadas circunstâncias a fim de que possam descobrir, no seu caráter, defeitos que a eles próprios estavam ocultos. Dá-lhes oportunidade de corrigirem esses defeitos e de se tornarem aptos para O servir. Permite por vezes que o fogo da aflição os assalte, a fim de que sejam purificados. O facto de sermos chamados a suportar a prova mostra que o Senhor Jesus vê em nós alguma coisa de precioso que deseja desenvolver. Se não visse em nós nada que pudesse glorificar o Seu nome, não desperdiçaria tempo a refinar-nos. Não lança pedras sem valor na Sua fornalha. É o minério precioso que Ele refina. O ferreiro põe o ferro e o aço no fogo, para saber que tipo de metais são. O Senhor permite que os Seus escolhidos sejam postos na fornalha da aflição para provar o seu temperamento e ver se podem ser formados para a Sua obra. (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 471, CPB)