“E veio a palavra do Senhor, segunda vez, a Jonas, dizendo: Levanta-te, e vai à grande cidade de Nínive e prega contra ela a pregação que Eu te disse.” Desta vez ele não parou para questionar ou duvidar, mas obedeceu sem hesitar. E “levantou-se Jonas, e foi a Nínive, segundo a palavra do Senhor”. Jonas 3:1-3.
Ao entrar na grande cidade, ele começou de imediato a pregar, tal como lhe tinha sido ordenado. Levantando a voz em tom de aviso, declarou: “Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida” (Jonas 3:4). Ele foi de rua em rua, fazendo soar ao longo de todo o caminho este terrível aviso.
A mensagem de Deus não foi dada em vão. O aviso soou pelas ruas da cidade ímpia e passou de boca em boca, até que todos os habitantes tinham ouvido a alarmante declaração. O Espírito de Deus imprimiu a mensagem em cada coração, e levou multidões a tremerem por causa dos seus pecados, e a arrependerem-se em profunda humilhação. [Jonas 3:5-9 citado]
À medida que reis e nobres, juntamente com as pessoas comuns, os ilustres e os humildes, se “arrependeram com a pregação de Jonas” (Mat. 12:41), e se uniram clamando ao Deus do Céu, foi-lhes concedida a Sua misericórdia. “Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho: e Deus Se arrependeu do mal que tinha dito que lhes faria, e não o fez” (Jonas 3:10). A sua condenação foi evitada; o Deus de Israel fora exaltado e honrado através do mundo pagão, e a Sua Lei foi reverenciada. (Ellen G. White, Review and Herald, 11 de dezembro de 1913)
Jonas revelou que valorizava menos as almas daquela triste cidade do que a sua reputação. Temeu que o considerassem um profeta falso. Perante a compaixão demonstrada por Deus em relação às pessoas arrependidas “desgostou-se Jonas extremamente disso, e ficou todo ressentido” (Jonas 4.1). “Não foi isso o que eu disse”, perguntou ele ao Senhor, “estando ainda na minha terra? por isso me preveni, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus piedoso e misericordioso, longânimo e grande em benignidade, e que Te arrependes do mal” (Jonas 4:2).
Quando vê o Senhor a exercer os Seus compassivos atributos e a poupar a cidade que tinha corrompido o seu caminho diante d’Ele, Jonas deveria ter cooperado com Deus no Seu misericordioso desígnio. Mas perdeu de vista os interesses do povo. Novamente cedeu aos seus sentimentos, e, como resultado, não se afligiu com o facto de que tivesse de perecer um número tão grande de pessoas que não tinham sido ensinadas a fazer o que era correto. Ele sentiu que preferia morrer do que viver para ver a cidade ser poupada; e na sua insatisfação exclamou: “Peço-Te, pois, ó Senhor, tira-me a minha vida, porque melhor me é morrer do que viver” (Jonas 4:3). (Ellen G. White, Review and Herald, 18 de outubro de 1906)
Na instrução dada através de Moisés, Deus colocara restrições na associação [dos israelitas] com os idólatras; mas este ensino fora mal-interpretado. Tinha como intenção impedir que eles se conformassem com as práticas dos pagãos. Porém, foi usado para erguer uma parede de separação entre Israel e as outras nações. Os judeus olhavam para Jerusalém como o seu Céu, e eram realmente zelosos para que o Senhor não demonstrasse misericórdia para com os gentios. (Ellen G. White, The Southern Work, 28 de março de 1905).
Nesta crise, Jonas deveria ter sido o primeiro a ficar alegre por causa da extraordinária graça de Deus. Mas, em vez disso, permitiu que a sua mente se fixasse sobre a possibilidade de ser considerado um falso profeta.
Cioso da sua reputação entre os homens, perdeu de vista o valor infinitamente maior dos que viviam naquela infeliz cidade. A compaixão mostrada por Deus para com os ninivitas arrependidos desgostou “Jonas extremamente… e ficou todo ressentido”. “Não foi isso o que eu disse”, argumentou ele com o Senhor, “estando ainda na minha terra? Por isso me preveni, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus piedoso, e misericordioso, longânimo, e grande em benignidade, e que Te arrependes do mal”. Jonas 4:1 e 2.
Quando Jonas ficou a conhecer o propósito de Deus em poupar a cidade que se tinha corrompido perante Ele, deveria ter cooperado entusiasticamente neste desígnio misericordioso. Mas ele cedeu à sua inclinação para questionar e duvidar, e, uma vez mais, o resultado foi ficar oprimido com o desencorajamento, perdendo de vista os interesses dos outros, na sua preocupação consigo mesmo. Sentiu que preferia morrer do que viver para ver a ímpia cidade poupada. E na sua insatisfação, exclamou: “Senhor, tira-me a vida! Antes quero morrer do que viver assim.”
“Então disse Deus a Jonas: É, acaso, razoável que assim te enfades, por causa da aboboreira? E ele disse: É justo que me enfade, a ponto de desejar a morte. E disse o Senhor: Tiveste compaixão da aboboreira, na qual não trabalhaste, nem a fizeste crescer; que numa noite nasceu, e numa noite pereceu; E não hei de Eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens, que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais?” Jonas 4:3-11. (Ellen G. White, Review and Herald, 11 de dezembro de 1913)