“Até os mesmos que O traspassaram” (Apoc. 1:7). Estas palavras aplicam-se não só aos homens que traspassaram Cristo, quando Ele estava pendurado na cruz do Calvário, mas também àqueles que atualmente O traspassam com a sua maledicência e as suas transgressões. Ele sofre diariamente as agonias da crucificação. Todos os dias, homens e mulheres O traspassam, ao desonrá-l'O e ao recusando fazer a Sua vontade.
O Senhor deseja que sejamos homens e mulheres em Cristo Jesus. As nossas inclinações naturais devem ser suavizadas e submetidas pela Sua graça. Então não estaremos continuamente a crucificá-l’O. O nosso Salvador viveu nesta Terra uma vida perfeita. Ele é o nosso Exemplo. Se O seguirmos agora, fazendo a Sua vontade em todas as coisas, viveremos com Ele para sempre no mundo que está para vir. Que O possamos manter constantemente à vista. O propósito da nossa vida deveria ser glorificar a Cristo. Este é o grande propósito que tem inspirado os cristãos em todas as épocas. Ao alimentarmos este propósito, asseguramos a nossa salvação eterna. Que possamos aprender a conhecer, corretamente, Aquele que é paz, alegria e vida eterna. (Ellen G. White, Signs of the Times, 28 de janeiro de 1903)
Não devemos continuar em pecado para que a graça abunde; devemos parar com a transgressão. O amor de Cristo manifestado no infinito sacrifício que Ele fez no Calvário não tem paralelo. É sincero, dedicado, incomparável e vai ao encontro da emergência do caso do pecador, despertando no coração daqueles que o recebem respeito e reverência pela santa Lei de Deus. Na luz refletida a partir do Calvário, a Lei é vista como sendo santa, justa e boa. Custou a vida do Filho de Deus pagar a dívida da transgressão praticada pelo pecador. É quando o pecador compreende o caráter ofensivo do pecado, uma compreensão, até certo ponto, do que custou ao Filho de Deus redimi-lo, para lhe dar outra oportunidade e tempo de graça, que o seu coração se enche de amor e gratidão, e se desperta uma fé fervorosa que opera pelo amor e purifica a alma. Ver-se-á esta fé e este amor naquele que está verdadeiramente convertido a Deus; e aquele que vivencia o amor de Deus, sentirá sempre humilhação e arrependimento pelas transgressões do passado. Se Cristo teve de fazer um sacrifício tão grande, se teve de suportar tais sofrimentos por causa do meu pecado, não me curvarei com humildade e me arrependerei de ter provocado tal dor na Sua alma divina? Não deverei temer para que não crucifique o Filho de Deus novamente e O coloque em ignomínia declarada? Aquele que aprecia o precioso dom da salvação contemplará sempre Cristo a morrer na cruz, e a linguagem dessa pessoa será a linguagem da abnegada tristeza por ter cometido pecado, ferindo dessa forma o Filho de Deus. … Quando fazemos uma apreciação adequada do sacrifício que foi feito em nosso favor, não defenderemos o privilégio de continuar em transgressão. Colocaremos o pecado de lado, e o nosso coração endurecido derreter-se-á face ao maravilhoso amor de Cristo por nós. (Ellen G. White, Signs of the Times, 28 de outubro de 1889)