Ganhei um GPS, assinalei a direção e fiz 150 quilômetros, orientado por uma voz de alguém que nunca vi. A voz me dizia onde eu estava, para onde deveria me virar e até me prevenia quanto a elevações e buracos no caminho. Os sinais me lembravam que eu estava sendo filmado e visto de lá de cima. Por ele eu sabia que passaria por câmeras. Com isso controlava a velocidade. Ouço dizer que há um GPS que alerta contra o excesso de velocidade.
Os humanos são muito criativos. Por um lado me orientam e por outro me vigiam. Sabem onde estou. Para me esconder daquele artefato no céu eu teria que me esconder num túnel. Sou vigiado 24 horas por dia nas ruas, nas avenidas, nos shoppings, nos aeroportos. Vivemos num imenso BBB. Apenas não nos damos conta disso nem somos tão exibidos quanto aqueles que lá se expõem por meses. Mas o Big Brother do famoso romancista inglês já chegou e já nos comanda.
Pensei comigo! Se os técnicos que não vejo podem me ver e me seguir, levando-me a endereços que eu não acharia sozinho e se aceito que os homens podem, por que eu negaria que Deus me vê, me guia e me orienta? Se aceito orientação de um aparelhinho com uma voz de alguém que não conheço, por que não aceitaria a orientação do Livro Santo, dos profetas e de Deus?
Ouço dizer que há aparelhos falsos que não levam aonde prometem. Também em questão de fé há pregadores falsos que garantem levar, mas não levam. Entregam aos seus fiéis um GPS estragado. No dizer de Padre Antônio Vieira nos eu Sermão da Sexagésima, não pregam a palavra de Deus, mas palavras sobre Deus e não poucas vezes, palavras altamente elogiosas sobre si mesmos.
Isso não quer dizer que todos os que se dispõem a nos conduzir são gente falsa e interesseira. Há os bons e desapegados. Assim como há GPS confiável, também há pregadores confiáveis. GPS às vezes falham e pregadores também. Mas se me deixei guiar por 150 quilômetros com a precisão incrível do satélite, não vejo porque não aceitar minha Igreja, que em muitos casos é imprecisa tanto quanto aquele GPS e em outros é certeira. É aquilo mesmo, sem tirar nem por!
Acho que Deus tem o seu modo de conduzir e nos dá a todos um GPS espiritual. Se o quisermos deixar desligado ou ignorá-lo, podemos. É só silenciar a voz de Deus como se silencia a de um GPS. Muitos o fazem. Desligam-se de Deus. Pensam que desligaram Deus, mas, na verdade, desligaram-se de Deus.
Na verdade há muito tempo que somos controlados pelo céu e pela terra. E se quiserem saber que mais nos espia e controla? O mundo! Deus é bem mais respeitoso de nossa liberdade. Experimente não pagar o aluguel, o empréstimo, os impostos ou o armazém… Deus vê mais, controla menos, vinga-se menos e dá muito mais chance do que o mundo costuma dar. É que Deus é amor e o mundo em geral é guiado por interesses. Deus se interessa, mas o mundo em geral é interesseiro. Entre o GPS de um e de outro, o de Deus é bem melhor!
[HR] Reflexão muito bem elaborada pelo padre Zezinho. Mas colocaria a seguinte correção, inclusive, baseada no que o texto inteiro indicou, e o que a Bíblia, a Palavra de Deus, indica: Corrigiria a frase "mas se me deixei guiar por 150 quilômetros com a precisão incrível do satélite, não vejo porque não aceitar minha Igreja..." O texto mesmo já indica e a Palavra de Deus confirma, que o nosso guia deve ser o próprio Deus. Ou seja, não é minha igreja que deve me guiar, mas Deus, por meio de Sua Palavra. Até porque, se assim fizer, Deus nos orientará a igreja a se frequentar, a que "guarde os mandamentos de Deus e a fé em Jesus" (Apocalipse 14:12), ou seja, a que faça e pregue Sua vontade.
Caso invertamos a ordem, deixando apenas que a igreja nos oriente, ou seja, seus líderes espirituais, correremos o risco de sermos guiados por "pregadores falsos" que "não pregam a palavra de Deus, mas palavras sobre Deus", como o próprio autor mencionou. Sendo assim, de uma forma individual, estude a Bíblia e deixe ser orientado por ela, o melhor GPS - o GPS de Deus - e você estará no caminho certo.