Os dois tipos de sábado mencionados na Bíblia


A Bíblia é muito clara a respeito do sábado. Ele foi dado no momento da criação (Gênesis 2:1-3). Jesus o observou (Lucas 4:16). Paulo o observou (Atos 13:42-44) e será também observado no Céu (Isaías 66:22,23). Porém, a Bíblia revela duas espécies de sábado, e talvez algum dia você deve ter ficado meio confuso com isso.

Por exemplo: há quem diga que, uma vez que o apóstolo Paulo declarou “Ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados” (em Colossenses 2:16, 17) não é necessário guardar o sábado, o sétimo dia da semana. Seria assim mesmo com tantas outras passagens bíblica que promovem o sábado como um dia especial, dia do Senhor, e que foi observado por tantos, inclusive pelo próprio Jesus? Vamos aos esclarecimentos.

A Bíblia menciona duas espécies de sábados: o sábado do sétimo dia e os sábados anuais. O sábado do sétimo dia, instituído no momento da criação, é parte da lei dos dez mandamentos, e uma lembrança semanal do amorável e todo-poderoso Criador.

Já o sábado anual diz respeito, especificamente, à história de Israel. Colossenses 2:16,17 afirma, explicitamente: “ninguém vos julgue pelos sábados que são uma sombra das coisas que hão de vir”. Guarde essa expressão.

Agora, veja o que Hebreus 10:1 “Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam.” Esse verso relaciona a lei das sombras com o sacrifício animal. Ezequiel 45:17 usa exatamente a mesma expressão e exatamente na mesma ordem que é usada em Colossenses 2:16,17, ligando tudo isso aos sistemas cerimoniais de festas e sacrifícios (ofertas de comida e de bebida, festas, luas novas, e sábados) para reconciliar a casa de Israel. 

Folheie a sua Bíblia até o livro de Levíticos 23. Este capítulo revela as solenidades estabelecidas para o povo de Israel, entre elas, o sábado do sétimo dia (Lev.23:3). Os versos posteriores, Levíticos 23:5-32, apresenta os sábados cerimoniais (Páscoa, verso 5; Pães Asmos, verso 6; o Molho Movido, verso 10; Primícias, verso 17; Trombetas, verso 24; Dia da Expiação, versos 27-32; Tabernáculos, versos 34-36).

Essas solenidades são especificadas como sábado mais claramente em Lev. 23:24,32, quando tanto a Festa das Trombetas (verso 24), como o Dia da Expiação (verso 32) são especificamente chamados sábados, mesmo sem serem o sétimo dia. Aliás, essas festas são estipuladas por uma data, aos nove do mês, por exemplo (verso 32), que pode cair em qualquer dia da semana. 

Acontece que estes “sábados” anuais ou cerimoniais estavam intimamente ligados aos acontecimentos que apontavam para a morte de Cristo e para a Sua primeira vinda. Foram designados por Deus para servirem de sombras, ou seja, apontarem para a vinda do Messias.

Levíticos 23:37 usa a linguagem de Colossenses 2:16,17 para descrever estes sábados cerimoniais. Agora, atente bem que Levíticos 23:38 distingue os sábados cerimoniais dos sábados do sétimo dia ao usar a expressão: “além dos sábados do Senhor”.

Uma vez que esses sábados cerimoniais eram apenas uma "sombra das coisas que estavam por vir" (Col. 2:17), ou seja, apontavam para a vinda do Messias e o Seu sacrifício, assim como o sacrifício animal, e uma vez que Cristo já veio, os sábados cerimoniais que eram sombras tiveram o seu cumprimento nEle.

Porém, o sábado do sétimo dia continua a volver os nossos olhares para o passado, para o Deus Criador que nos criou, e como a Lei de Deus, que em um dos mandamentos pede para distinguir o sábado com atividades bem específicas (Êxodo 20:8-11), permanece válida (assim como não é permitido matar, roubar, etc, mandamentos descritos nessa mesma Lei), esse dia permanece válido e existente para ser guardado (Lucas 21:33, Mateus 5:18). Do mesmo modo, a Bíblia revela que o povo de Deus deverá observá-lo como um sinal distintivo da sua relação com Ele. (conforme Apocalipse 14:12 e Ezequiel 20:12,20).

(Henderson Rogers)