Havendo Deus terminado no dia sétimo a Sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a Sua obra que tinha feito. E abençoou o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera. Gênesis 2:2, 3
O mundo moderno é uma extensão da Babilônia espiritual. Essa não é apenas uma invenção do gênio humano, mas de forças malignas sobrenaturais cujo objetivo é anuviar a mente e anestesiar a percepção das pessoas. Vivemos em meio ao caos generalizado, em que muitos não percebem até que ponto estão sendo afetados. Os seres humanos se tornaram quase como robôs. Dormindo pouco, lutando em meio ao tráfego, enfrentando pressões bizarras de todos os ângulos, não é de admirar que estatísticas indiquem que uma em cada cinco pessoas é hoje diagnosticada mentalmente enferma. Mais do que em qualquer outro tempo, necessitamos redescobrir o poder restaurador do sábado.
Diferentemente do batismo, santa ceia ou lava-pés, o sábado é um símbolo instituído por Deus no início da história humana. Ele vem da perfeição original e traz o hálito do Éden, anterior ao pecado. Foi dado como presente de Deus, no clímax da criação, para os primeiros seres humanos. Deveria estender-se a toda a humanidade. No esquema da criação, a obra de Deus se move do espaço para o tempo, e o tempo está dividido entre tempo comum e tempo especial. O tempo comum flui para o tempo especial. Nessa lógica, a criação não é um fim em si mesma: o ser humano não encontra realização plena nos dias do tempo comum, naquilo que possa fazer ou realizar. O alvo final da atividade semanal e da vida não é encontrado do primeiro ao sexto dia da semana. O clímax é o repouso do ser humano na presença do Criador.
O sábado é um perpétuo memorial de que ninguém alcança seu propósito no trabalho como se fosse um animal de carga. O alvo final da vida é a comunhão com Deus. Isso é indicado pelo fato de que o ser humano foi criado apenas no sexto dia. O sábado é o sétimo dia da semana, mas o primeiro dia de existência de Adão e Eva. Eles repousaram, então, não porque estivessem cansados. Repousaram para comungar com o Criador. Em Sua presença, iriam alinhar suas prioridades. Hoje não é diferente. Os olhos precisam ser abertos para que vejamos o que é fundamental. É o homem em rebelião que busca realização independentemente de Deus, como se a vida se esgotasse nos dias do tempo comum.
(Amin A. Rodor, Meditações Matinais, CPB)